quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Perdoa o meu amor tão vacilante...



SONETO DO AMOR VACILANTE


Perdoa o meu amor tão vacilante
que é sempre um esperar, uma agonia,
infinda madrugada, nunca dia,
que faz de eternidade um breve instante.

Perdoa, pelo menos, meu silêncio,
pois que ele é todo feito de esperas:
desejo que aguarda o banimento,
inverno se fazendo primavera.

E nesse perdoar tão sem limites,
na espera de um amor tão inconstante,
enxerga, ainda mais, minha vontade

de que esse meu amar tão sem juízo
esconda, no seu gesto ruminante,
a espera mais fiel de uma saudade.

Idmar Boaventura

9 comentários:

  1. Meu Deus, Dema, isto é uma das coisas mais lindas que eu já li! Que sensibilidade! Parabéns, meu amigo!

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  2. Idmar, você sabe o quanto gosto de seus poemas. E eu que ando pesquisando o amor, fico toda sensível com versos apaixonados, ainda que sejam versos de um amor vacilante.
    Parabéns!

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  3. Que lindo, Dema!
    Quanta sensibilidade!

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