terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Nem era bela, aquela mulher...


AQUELA MULHER

Nem era bela, aquela mulher
que sabe a chuva e terra molhada.

Mas suas mãos, no entanto tão dóceis,
sabiam arar os segredos
de um chão calcinado.

Nem era bela,
mas naquele dia de sol inclemente
trouxe o frescor das chuvas de março,

e no seu corpo de primavera
trouxe o perfume que tinha guardado.

Ah, como era bela aquela mulher
que sabe a chuva e terra molhada.

Idmar Boaventura

10 comentários:

  1. A terra molhada enverdece a face da paisagem e deixa bela e perfumada toda e qualquer mulher. Belo poema, Idmar. Abraços.

    JIVM

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, meu caro amigo poeta. Sei que, além de domar as palavras, de terra e de mulher você entende bem... grande abraço!

      Excluir
  2. Muito bom! Já está na hora de um novo livro, não acha Idmar?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Está chegando a hora, Elis, está chegando. Quem sabe no fim de 2013...

      Excluir
  3. Nossa! Quando leio Boaventura a poesia acontece!!!

    ResponderExcluir
  4. Idmar, que bom conhecer teu blog, e agora voltarei muitas vezes, me alimentarei com tua poesia para aplacar esta fome que de vez em quando grita alto em mim.

    Jeci

    ResponderExcluir
  5. Que mulher é essa Idmar? Rs.
    Ficou linda a composição das imagens, texturas e odores: chuva, terra molhada, frescor, chão calcinado, perfume guardado...
    Parabéns pelo resultado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah Joelson, essa mulher são tantas... obrigado pelo comentário, meu amigo. Grande abraço!

      Excluir