AS HORAS
Desossar as horas.
Expor suas carcaças ao vento
e permitir que as harpias as devorem
lentamente.
Desfiar suas carnes
há muito apodrecidas.
Desossar as horas,
desmembrar seus ossos
e lançar aos cães as suas vísceras.
E as horas, que nos devoram,
serão elas, enfim, a caça,
e suas almas mortas
hão de vagar sem destino
nos escuros vãos
da memória.
Belo poema sobre o tempo!
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